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Orto-K: Corrigir a miopia durante a noite
A ortoqueratologia, mais conhecida como Orto-K, tem como objetivo corrigir a miopia através do uso de lentes de contacto terapêuticas durante a noite, permitindo ver bem durante o dia sem necessidade de usar qualquer compensação. Estas lentes têm uma curvatura interior variável e é trabalhada de maneira especial e personalizada, sendo adaptada a cada paciente e à sua graduação. Assim que o usuário coloca as lentes à noite, estas vão moldando lenta e progressivamente a córnea, alterando a forma da mesma de acordo com a graduação do usuário. As lentes são colocadas todas as noites, antes de dormir e retiradas ao acordar. O usuário irá ter uma visão nítida e estável durante todo o dia. Sendo o tecido que compõe a córnea um tecido flexível, quando se deixa de usar as lentes, a graduação volta a aparecer na sua totalidade.
Entrevista com Pedro Leite (42 anos) e a sua filha Maria Leite (13 anos), usuários de Lentes de Contacto de Orto-k.
Como tomou conhecimento da existência desta terapêutica?
Pedro Leite: Fomos passar férias com uns amigos holandeses que iam iniciar este tratamento. Fiquei curioso e comecei a pesquisar sobre o tema e onde podia fazer isto na zona onde moro. Foi quando vim ter à Ergovisão para iniciar o processo.
Quando soube que esta terapêutica era uma alternativa à cirurgia, embora reversível, o que o incentivou?
PL: Primeiro, usei óculos e lentes de contacto descartáveis, mas no meu trabalho existem ambientes desfavoráveis, como o ar condicionado e algumas poeiras, o que tornava um pouco desconfortável o uso das lentes de contacto. Ao longo do dia ia sentindo desidratação ocular e tinha que usar lágrima artificial, o que é normal para quem trabalha em ambientes mais agressivos. Este novo método tinha um atrativo: não ter de usar lentes de contacto durante o dia.
Foi fácil colocar e retirar as lentes de contacto? Qual foi o primeiro impacto com estas novas lentes de contacto que são mais rígidas do que as outras?
PL: Nos primeiros dias sentimos algum desconforto, mas passados uns minutos começamos a sentir-nos melhor... e, durante a noite, conseguimos dormir sem nenhum desconforto.
Sabendo que o tratamento não era imediato, como lidou com esta progressão da graduação?
PL: Tentámos relativizar um pouco, porque dois ou três dias passam muito rápido e não se nota absolutamente nada.
Então após esta progressão recorda-se do primeiro dia em que acordou e estava a ver bem? Como se sentiu?
PL: É uma diferença da qual já não me lembrava. Já uso óculos desde os meus oito anos e já não tinha noção do que era ver perfeitamente, sem nenhum entrave, ou seja, não ter lentes de contacto nem óculos que limitem o que vemos e a qualidade que temos. E isto nota-se durante o nosso dia-a-dia, como na condução.
Consegue ter uma visão nítida até ir para a cama, ou seja, até voltar a colocar novamente as lentes de contacto?
PL: Consigo ter uma visão nítida todo o dia e também à noite, pois preciso por questões profissionais, às vezes tenho que trabalhar para lá da madrugada e não noto que perco qualidade de visão.
Sabemos que este tratamento é para fazer uso das lentes de contacto todas as noites, mas já experimentou dormir uma noite sem as lentes de contacto?
PL: Já experimentei e, no final da tarde do dia seguinte, noto um pouco mais de influência. Não quer dizer que perca uma qualidade de visão suficiente para trabalhar e conduzir, mas sinto uma diferença entre o olho direito e o olho esquerdo. O conforto de ir fazer uma viagem de 11 horas de avião e não sentir necessidade de colocar os óculos como certos colegas para poder descansar. A qualidade existe para operar nesse período.
Então nunca pensou em desistir?
PL: Nunca! Isto dá uma qualidade de visão muito boa!
Após concluir o seu processo de adaptação, trouxe-nos a sua filha Maria, na altura com 11 anos. De quem foi a iniciativa? Foi do pai?
Maria Leite: Sim, foi do pai.
Maria, de certa forma, já vias o teu pai a usar as lentes de contacto. Tiveste algum receio no início?
ML: Por acaso não. Eu via que com o meu pai corria bem, que estava satisfeito e que conseguia ver sem nada nos olhos, e eu também quis experimentar.
Pedro, como foi este processo de incentivar a sua filha?
PL: A Maria necessitava de usar lentes de contacto para as atividades extracurriculares e as lentes de contacto descartáveis ajudam nesse ponto, mas com o suor e o ambiente envolvente não era o mais confortável. Então sugeri experimentar e ver se o tratamento funcionava com a Maria.
Maria, sentes-te bem com este tratamento? É confortável e consegues manusear bem as lentes de contacto?
ML: Depois de uma ou duas semanas, torna-se um hábito colocar as lentes de contacto.
Quais são as tuas atividades extracurriculares?
ML: Pratico ballet, dança contemporânea e jazz.
Então isto melhorou muito a tua qualidade de vida?
ML: Sim, muito!!
Como foi deixar os óculos e as lentes de contacto descartáveis e estares sempre a ver bem?
ML: Foi um pouco complicado habituar-me, porque eu já usava óculos desde os meus nove anos e, mal acordava, tinha que colocar logo os óculos e estava muito habituada, mas isto melhorou bastante o meu dia-a-dia.
Deves ter colegas que usam óculos e lentes de contacto. Costumas falar da tua experiência com eles?
ML: Sim falo, só que os meus colegas têm sempre algum receio que doa e que seja difícil, mas eu tento sempre convencê-los.
Pedro, sabemos que a Maria ainda está numa idade de desenvolvimento da miopia e sabemos também que com o uso das lentes de contacto conseguimos travar o desenvolvimento da mesma. Acha isto um ponto positivo para a Maria e todos os adolescentes?
PL: Sim! Eu até dou outro exemplo: têm outro cliente da Ergovisão que é muito mais novo que a Maria e destruía os óculos todos e agora, com as lentes de contacto, conseguiu travar a miopia e está muito feliz!
De que forma nos recomenda?
PL: Falei com os meus colegas de trabalho que ficaram curiosos.
O que mudou nas vossas vidas?
PL: No verão, notamos que agora não temos entraves ao dar um mergulho no mar e na piscina!
Agradecemos a vossa disponibilidade para esta entrevista e que continue tudo a correr pelo melhor.
2021.04.01