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AVC e a Visão
O acidente vascular cerebral (AVC) é a principal causa de morte em Portugal. É importante referir que, por ano, 15 milhões de pessoas no mundo sofrem um AVC e, dessas, 6 milhões não sobrevivem.
De acordo com a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, Portugal é, na Europa Ocidental, o país com a mais elevada taxa de mortalidade, sobretudo na população com menos de 65 anos de idade.
O AVC é o que acontece quando o sangue é impedido de chegar a uma determinada parte do cérebro, ocorre de forma súbita, ou pela oclusão do fluxo de sangue numa artéria (AVC isquémico) ou por uma hemorragia provocada pela rotura de uma artéria (AVC hemorrágico), e, portanto, os seus efeitos são imediatos.
O sangue leva nutrientes essenciais e oxigénio para o cérebro, sem o fornecimento de sangue, as células cerebrais podem morrer ou ficar danificadas, impossibilitando-as de cumprir a sua função.
O cérebro controla tudo que o corpo faz, por isso, uma lesão no cérebro poderá comprometer varias capacidades físicas e mentais. Os sinais e os sintomas do AVC variam em função da área afetada.
A metade direita do cérebro controla o lado esquerdo do corpo e vice-versa. Sintomas como fraqueza ou incapacidade de usar um braço ou uma perna (paralisia) acontecem no lado oposto do corpo de onde se deu o AVC no cérebro.
Se o AVC danificar partes do cérebro responsáveis pela receção, processamento e interpretação da informação visual, as pessoas afetadas poderão ter sintomas como: perda de acuidade visual, diplopia (visão dupla), perda de campo visual, etc.
A perda de campo visual pode ser variável mas é frequente as pessoas queixarem-se de verem tudo para um lado e não verem nada do outro (hemianopsia) o que pode causar dificuldades de equilíbrio, coordenação, reconhecimento de coisas e pessoas e provocar comportamentos estranhos como não comer a comida de um lado do prato.
A reabilitação individual concebida em torno das necessidades específicas de cada doente devera ser feita por uma equipa multidisciplinar.
A nível visual os diferentes profissionais de saúde da visão (oftalmologista, ortoptista e optometrista) podem e devem em conjunto elaborar um plano terapêutico que ajude o doente a usufruir o melhor possível das suas capacidades visuais: recomendando e prescrevendo auxiliares de visão (ajudas óticas e não óticas).
O ortoptista, em particular, deve ajudar a solucionar os problemas existentes do equilíbrio oculomotor, usar e prescrever prismas para ajudar a eliminar a diplopia (visão dupla) e explicar formas de lidar com as dificuldades de leitura.
Sandra Costa
Ortoptista
2019.04.12